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Filho favorito

Filho favorito

Será que quando somos mães mais do que uma vez é inevitável que haja um filho favorito? Será que existe um a quem amamos mais do que os outros? Existe um por quem façamos mais do que por qualquer um dos outros?

Cheguei a ouvir o meu cunhado dizer que tinha receio de não vir amar tanto o segundo filho que estava para vir como amava o primeiro que já tinha 2 anos, mas claro que isso não é possível.

Coração de pai e mãe está formatado para amar incondicionalmente, seja um ou 100 filhos. Ama mesmo quando sabe que no percurso da parentalidade, por vezes, esse amor nos vai fazer sofrer.

Todos os meus 4 filhos têm um pouco de mim e eu, todos os dias, aprendo e fico com um bocado deles. E se me perguntam se tenho um favorito, claro que tenho!

O meu favorito é o que hoje está doente e precisa mais da minha atenção e carinho, nem que seja simplesmente só para ficar com ele ao colo para ajudar a acalmar a dor ou passar a noite toda ao seu lado.

O meu favorito é aquele que hoje está a chorar porque na escola foram maus com ele e que precisa que o conforte e lhe dê um abraço, explicando a diferença entre o correto e o errado e como pode tentar lidar com situação.

O meu favorito é aquele que hoje caiu, se magoou e precisa de um beijinho mágico e um bocadinho de pomada no dói-dói.

O meu favorito é aquele que hoje estragou um brinquedo de que gostava muito e que precisa que a mãe o ajeite ou cole (porque eles acham que mãe que é sempre capaz de resolver tudo!).

O meu favorito é aquele que hoje me pede para escolher uma roupa bonita e pintar as unhas porque amanhã tem um dia especial e quer estar muito bonita.

O meu favorito é aquele que faz anos amanhã e que mesmo correndo contra o tempo eu vou dar tudo para que tenha uma festa inesquecível.

O meu favorito é aquele que hoje vai à natação, ao futebol ou à dança e quer que a mãe vá assistir para que eu veja o quanto aprendeu e precisa das minhas palavras para ganhar confiança.

O meu favorito é que aquele que hoje acordou a meio da noite a chorar porque teve um sonho mau e precisa do meu miminho para perceber que não era real e que a mãe vai estar sempre ali para o proteger.

E além de ter um filho favorito, ainda trato os 4 todos de forma diferente. Qual era a justiça de os tratar de forma igual quando todos são tão únicos e distintos?

Não posso falar de forma igual quando estão em fases de maturidade tão diferentes nem posso compensar de forma igual quando nem sequer valorizam as mesmas coisas.

Na minha opinião este é um dos grandes desafios da parentalidade quando passamos a barreira do filho único. Tentar ser justa e ensinar os mesmos princípios a todos sem nunca esquecer a sua individualidade e, em simultâneo, dividir e partilhar o nosso tempo com cada um deles de forma que nunca duvidem do nosso amor incondicional.

Filho favorito? Não há dúvidas que tenho. Todos!

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