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O presente ideal

O Presente Ideal

Para mim está a aproximar-se a melhor época do ano, mas com ela aproxima-se, também, uma altura de grande consumismo na tentativa de darmos o presente ideal aos nossos familiares, amigos e, sobretudo aos nossos filhos.

Adoro as decorações de Natal, adoro o cheiro a canela, adoro a reunião da família, mas adoro sobretudo o sentimento altruísta que paira no ar nesta altura do ano e que torna tudo mais mágico. Não querendo minimizar a componente religiosa, ser criança e ser capaz de acreditar no Pai Natal e em tudo o que ele representa, acho que é um privilégio.

Os meus filhos sabem que a maioria dos presentes na árvore de Natal são de familiares e amigos, mas há sempre uma, que eles querem muito e que, no caso de se portarem bem, o Pai Natal lhes traz.
Aquele momento em que colocamos o som do trenó e eles correm para ver o vulto do Pai Natal a cruzar a casa e a deixar o presente que tanto anseiam, é simplesmente mágico para eles. E é algo que espero conseguir manter por vários anos.

Por isso, uma das tradições da minha família é a Carta ao Pai Natal. Entre miúdos e graúdos todos temos que escrever uma. Com o passar dos anos, é óbvio que o conceito foi evoluindo. Se, em crianças pedíamos brinquedos, hoje, na lista não faltam os pedidos de telemóveis, tabletes e por aí fora. E, ainda acrescentamos o desejo de que os nossos filhos sejam saudáveis e felizes. A verdade é que, ao Pai Natal vale pedir tudo, desde que nos portemos bem!

Hoje vamos montar a árvore de Natal e, além de ser dia de músicas e filmes temáticos é, também, o tão esperado dia dos meus filhos escreverem a sua Carta ao Pai Natal. Como ainda são muito pequeninos costumam usar recortes dos catálogos de brinquedos, mas este ano vou mudar de estratégia e vamos todos desenhar!

É que nenhuma grande superfície tem os catálogos disponíveis, na altura da grande promoção dos brinquedos. Portanto, no tão aguardado fim de semana de desconto dos 50%, que já aconteceu há umas semanas, para mim foi como jogar à roleta russa para tentar decidir qual o presente ideal para cada um dos meus filhos! É que ainda por cima, o que uma criança quer hoje, pode não ser o que ela quer passados quase dois meses!

Mas há promoções que não podemos deixar escapar e nada como uma avó disponível para estar na entrada de um hipermercado às 7h da manhã, disposta a lutar contra tudo e contra todos em prol daquele que pode ser o presente ideal para o neto, ainda por cima mais barato! É que, no meu caso são 4 filhos, mas no dela são 7 netos, por isso todas as promoções são bem-vindas e eu só tenho que lhe agradecer por se dispor a esse momento de loucura!

Mas hoje, espero que o desenho limite mais a imaginação dos meus filhos e que a sorte esteja do meu lado. Hoje já vou saber se os meus filhos vão acertar (ou se eu acertei) e vão pedir ao Pai Natal algo que já esteja naquele monte de brinquedos que a minha mãe adquiriu. Senão lá se foi o tão aclamado desconto!

Mas também já tenho o plano B pensado e acho que pode funcionar: “Sabem que o Pai Natal tem que começar a trabalhar na fábrica dos brinquedos muito antes do Natal para satisfazer os pedidos de todos os meninos e, se calhar, quando fez os vossos brinquedos era isso que pediam na altura!”

A verdade é que as crianças precisam de pouco para serem felizes. Às vezes os meus filhos ficam com um sorriso de orelha a orelha só porque encontraram um pau com um formato engraçado, uma pedra com uma cor diferente, uma flor bonita ou até uma bolota.

Acredito naquele presente especial do Pai Natal, mas especial não tem de ser necessariamente caro. Podemos nem sempre conseguir dar tudo o que os nossos filhos querem e pedem, mas isso não é mau. É uma oportunidade para lhes recordarmos (a eles e a nós) que a vida não é só feita de bens materiais.

Acima de tudo ela deve ser preenchida com amor, partilha, solidariedade e sorrisos. Esses são os presentes ideais para darmos aos nossos filhos todos os dias, incluindo na noite de Natal.

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