Pais Modelo - Sono dos Bebés e Parentalidade
Pais modelo

Pais Modelo

Normalmente, enquanto pais somos os principais e os primeiros modelos na vida dos nossos filhos. Muitas das suas primeiras visões do mundo são modeladas pelos nossos próprios olhos e as suas opiniões baseadas em algo que nos ouviram dizer.

Além das parecenças físicas e dos traços de personalidade que herdaram de nós (ou que nós queremos acreditar que herdaram), eles vão imitar os nossos comportamentos nas mais diversas situações. Vão repetir as frases e as expressões que usamos com mais frequência, vão imitar os nossos gestos habituais e, sobretudo, vão absorver tudo o que fazemos e dizemos.

E aqui começa um dos grandes desafios de sermos pais, que é o de tentarmos ser os melhores modelos possíveis, 24h por dia, 7 dias por semana!

Enquanto médica, já ouvi muitos pais dizerem frases do género:
– O meu filho não gosta e não toma medicamentos!
– Olha que se não te portas bem levo-te ao Doutor e ele interna-te!
– Olha que chamo a enfermeira e ela dá-te uma pica!

Quando eles estão doentes, também já observei que a forma como supervalorizamos os sintomas, pode influenciar de tal maneira os nossos filhos que, muitas vezes, o que descrevem é o que ouviram e não o que verdadeiramente sentem.

Sou médica e eu própria já tive discursos similares para com os meus filhos, mas há observações que, simplesmente, temos que evitar à frente deles!

Por exemplo, quando queremos que eles tomem um medicamento, estamos proibidos de provar e dizer “isto é horrível”, ou de tecer comentários do género: “eu também não gostava”, senão corremos o risco do nosso filho nem sequer o querer experimentar.

Infelizmente, é inevitável que os nossos filhos fiquem doentes e, em algumas situações que até tenham de ser internados. As vacinas também não são propriamente uma opção (como algumas pessoas pensam) e os medicamentos são a única forma que temos de tratar algumas patologias.

E, se é assim, então porque dificultar a nossa própria vida com este tipo de discursos? Porquê dificultar a vida ao nosso filho fazendo com que a ida ao hospital ou o tratamento sejam coisas tão negativas?
Na minha opinião, desde cedo, todo o pessoal de saúde deve ser comparado a mágicos que, com os seus poderes, afastam e tratam as doenças más.

Os xaropes e as vacinas, não são mais que poções mágicas que vão eliminar por completo aquela dor de barriga ou aquela dor de ouvidos. Às vezes, até pode doer um bocadinho, mas é para ficarem melhores e poderem ir brincar.

É obvio que este discurso é o meu lado mais criativo de mãe e médica a falar, mas acredito que dentro da sua compreensão, não devemos, nem esconder a realidade aos nossos filhos, nem a transformar em algo que eles receiem (por mais que a vida não seja toda ela cor-de-rosa, também não tem que ser pintada a cinzento).

Portanto, uma vez que vivemos todos os dias numa espécie de Big Brother, em que somos constantemente observados e avaliados pelos nossos filhos, temos que ter algum cuidado na forma como os nossos discursos e comportamentos os podem influenciar, seja de forma negativa ou positiva.

Ficar doente não é uma opção, por isso, escolham bem de que forma querem influenciar os vossos filhos nesta matéria.

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